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COVID-19: Diário de quarentena - Dia 102

   É isso mesmo! Se passaram 104 dias desde que começamos a fazer a quarentena (ou seja, desde que suspenderam as aulas da Ufes). Nesse meio tempo, houve um dia que eu realmente furei a quarentena e fui numa casa com umas 8 pessoas. Motivo : saudade. Não era saudade por conta da quarentena, era uma saudade que foi moldada por muito mais tempo que isso. Enfim, me senti muito feliz por estar perto de pessoas (SIM, QUE FALTA QUE FAZ TER PESSOAS PERTO) e por poder ver e conversar pessoalmente com alguém que amo, além do meu marido que realmente, tem sido um dos pilares principais na luta para eu não enlouquecer nessa quarentena. Mesmo estando de máscara, óbvio que foi uma escolha bastante arriscada e egoísta nesses tempos de pandemia.

   Pois bem, chegando em casa depois da minha fuga de 3 horas, um misto de peso na consciência e medo de morrer bateram na porta da minha mente. A loucura bateu e eu abri. Senhoras e senhores ponha a mão no chão foi aí que a minha primeira crise de pânico da quarentena bateu. Ela veio aos poucos e foi no momento que eu deitei a cabeça no travesseiro que ela deu uma encorpada e então: respiração ofegante, falta de ar e sensação de desmaio estavam na lista de prioridades do meu cérebro. Nesses momentos é muito difícil raciocinar e então, Thu, já acordado, porque eu realmente não queria morrer sozinha (acordei ele, claro) foi me acalmando e como a maioria das vezes, eu fui me acalmando dentro do abraço dele. Fim da história do meu primeiro ataque de pânico na quarentena. 


   Infelizmente, eu tenho outra história. Há 14 dias atrás (sim, é realmente isso que você tá pensando) eu comecei a me sentir MUITO cansada e uma dor de cabeça chata pra caramba me perseguiu por 5 dias, sensação de estar febril check, desconforto estomacal check. Pois bem, sintomas do famoso COVID-19. Arthur também teve desconforto intestinal por alguns dias, mas nada além disso. 


    Consultei uma amiga médica e ela confirmou que sim PODERIA ser COVID-19. O tratamento? Ficar em casa 14 dias (algo que eu realmente já estava acostumada *eu disse acostumada e não satisfeita com a situação*) e observar meus sintomas ao longo dos dias. Hoje é o dia 14 depois do primeiro sintoma, não fiz nenhum exame e provavelmente não farei, porque não vivo com ninguém do grupo de risco e o valor do exame no particular é em torno de 200 reais. *14 dias é o tempo estimado que o vírus pode ser transmitido por alguém que adquiriu a doença*


    A quatorze dias atrás eu tive cerca de 5 crises de pânico ao longo dos primeiro 3 dias. Também houveram várias crises de choro e uma sensação horrível de ter que esperar tudo isso passar E COMO EU QUERIA QUE PASSASSE! Mas aqui, Deus é maravilhoso. Deu forças para Arthur cuidar de mim e pela Graça hoje posso dizer que acabou. 
   
     Calma! Nada disso, a vida volta a ser como estávamos levando, porém os cuidados vão ser redobrados na hora de ir ao supermercado, farmácia e petshop. Eu não contei ainda, mas 5 dias antes do primeiro sintoma eu tinha ido no shopping fazer uma sessão de depilação a laser achando que a mascará me cuidaria e não faria mal algum. NÃO HÁ COMO COMPROVAR se realmente foi COVID-19 ou não, mas eu com certeza vou fazer de tudo para não ter essa dúvida outra vez. #FIQUEEMCASA