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COVID-19: Diário de Quarentena - Dia 477

         Acho que é óbvio, mas eu vou dizer: NÃO, não estamos mais contando os dias. Eu tive que calcular para saber em qual dia de "quarentena" estamos. Eu digo "quarentena" entre aspas, porque chegou num momento em que poucas pessoas fazem questão de realmente fazer o distanciamento social. Hoje já temos a vacina (na teoria, pois o nosso país está sendo governado por um pateta que, aliás, junto com sua trupe estão sendo investigados pelos seus atos que atrasaram a compra e entrega das vacinas para a população *dentre outras sujeiras que não vamos citar nesse texto*). 

        A princípio eu quero escrever sobre O DIA QUE EU PEGUEI COVID-19. Bom, não dá pra saber o dia ao certo, mas lá em meados de set/out minha sogra precisou ser internada e passou cerca de 2 semanas no hospital por conta de complicações no tratamento de um câncer. Eu, minha cunhada, Arthur e meu sogro, fazíamos rodízio para ficar de acompanhante com ela. Assim que ela teve alta e voltamos para casa, todos começamos a ter alguns sintomas como cansaço excessivo, diarréia e mal estar. Eu disse TODOS NÓS. Depois de duas idas ao pronto socorro, mais algumas crises de pânico, o exame de RT-PCR foi feito. O resultado não é imediato, pelo contrário, levaria quase 2 semanas para sair. Para a maioria de nós os sintomas foram esses que eu citei acima, mas para mim e para o meu sogro as coisas pioraram um pouco. Senti muita falta de ar e cheguei a praticamente desmaiar na cama um desses dias (só de escrever eu já começo a me tremer de ansiedade). Graças a Deus, não precisamos de maiores cuidados e mesmo com muito desconforto nenhum de nós precisou voltar ao hospital e, após duas semanas, quando todos já estávamos melhor, o resultado saiu. POSITIVO.

        O tempo passou, mas o cansaço era companhia. Andar era cansativo, ir ao mercado era exaustivo e essa sensação durou alguns meses. Depois de alguns meses meu cabelo começou a cair muito e quando eu digo muito, eu quero dizer o triplo que o normal. Cada vez que eu ia lavar ou pentear o cabelo eu fazia um "bolo" de fios.

        Nesse meio tempo, o modo remoto (Ensino a Distância- EAD) da Ufes começou a funcionar. Intitulado EARTE, essa nova forma de ensino veio com algumas vantagens e diversas desvantagens. Dentre as coisas boas eu posso citar: não precisar gastar em torno de 2 horas com deslocamento e ônibus para as aulas. Em contrapartida, apesar do visível esforço dos professores, houveram muitos problemas. A elevada carga de exercícios e trabalhos com certeza enlouqueceu alguns (eu já tenho meu laudo, apenas piorei a loucura). Problemas na internet e falta de um lugar silencioso ou no mínimo aceitável para estudos eram problemas que muitos dos meus colegas compartilhavam comigo. Além dos nossos presentes companheiros: medo e frustração, que nos acompanham desde o início dessa pandemia e, claro, tiveram grande atuação nos momentos de estudo. 

        Apesar disso, consegui realizar 2 semestres nesse modo de EAD. Agora, estou realmente no fim da minha graduação de Bacharel em Química. Não sei bem descrever a sensação, pois me faltam cursar as seguintes matérias: Físico-Química Experimental, Análise Instrumental (apenas a parte prática, uma vez que a parte teórica foi feita online) e a sonhada/temida Monografia. 

        A discussão com os responsáveis pela abertura de turmas tem sido bem lenta e um pouco confusa para mim. Apesar de terem dado a certeza que a disciplina de Físico-Química Experimental será ofertada no modo online e eu já ter conversado com minha professora sobre a orientação da Monografia, eu não sei em que pé anda meu pedido para abertura da parte experimental de Análise Instrumental, pois pelo visto nenhum professor quis/pôde pegar a matéria... 

        Dessa vez, acho que o texto foi vastamente informativo e cansativo. Vou tentar postar mais vezes. Estou com uma ideia em mente e quero colocar em prática essa semana. Assim que estiver tudo pronto eu compartilho aqui. 
        Um beijo e um queijo ♥  ;*

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